Aberto Caeiro, como já foi descrito na questão anterior é um poeta que interpreta o mundo através do olhar, os seus poemas seguem um contexto simples, o que revela a sua paixão pela natureza. Apresenta-se ainda como um poeta do Presente recusando a introspecção e a Subjectividade, através de sensações consegue transformar algo abstracto em concreto.
É um poeta que recusa guiar-se pelo pensamento, negando assim a sua utilidade, é capaz de viver sem racionalizar. Alberto Caeiro afirma que deve-se ver com os olhos e não com a mente (mais uma vez verifica-se a importância dos sentidos, a importância do olhar). Através da sua simplicidade, consegue ver um mundo sensível onde se revela o divino, onde não necessita de pensar, sublima ainda o real, divinando então a natureza.
Como recusa a utilizada do pensamento, “ o rio da minha aldeia não faz pensar em nada” pois ele apenas o sente através do olhar e por ser um poeta objectivo e realista, escreve no último verso “quem esta ao pé dele, está só ao pé dele”, o que revela uma vez mais que, Aberto Caeiro como poeta, e ao contrário de Fernando Pessoa como Ortónimo ou ao contrário dos outros seus Heterónimos, não possui necessidade para intelectualizar ou problematizar algo tão simples, como algo que simplesmente permanece diante do próprio olhar. Isto porque este Poeta, repito neste texto novamente, afirma que: ver é compreender e tentar compreender pelo pensamento ou pela razão é não saber ver.
Joana Ariosa
Boa, Joana!
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