sábado, 19 de março de 2011

3ºTeste - resposta à pergunta 6 (3, grupo II)


A última estrofe do poema Conselho, demonstra a posição que Fernando Pessoa tem em relação à duplicidade que existe em cada ser humano. Sendo ele próprio um percursor deste conceito, incentiva o leitor a fazer de si um "ser duplo". Desmembrar a sua personalidade, ser uma extensão de si próprio, que por sua vez conduzirá à dispersão em relação ao real e a si mesmo.
Fernando Pessoa sente a sua identidade perdida, tendo a consciência do absurdo da sua existência. Por vezes, tem uma visão pessimista da sua vida, profetizando um futuro que só será carregado de presentes sucessivos de negatividade. Sendo possuidor desta alma "atormentada", Fernando Pessoa esconde este negativismo no lado interior da sua "cerca", um local onde ninguém pode aceder, atrás de um lado exterior, carregado de positivismo, de uma fachada, de um jardim tão belo que chega a obscurecer o seu lado interior revoltado e negativo. Tendo Fernando Pessoa esta capacidade de ser um "ser duplo", sem deixar de ser um, irá traduzir-se numa tentativa de aumentar a sua auto-consciência e assim alcançar a finalidade da sua arte.

Joana Sebastião nº7 12ºC

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