No poema é apresentada uma oposição entre um "interior" e um "exterior" do ser, sendo que, de acordo com o sujeito poético, devemos mostrar-nos apenas como queremos que nos vejam, ou seja, devemos mostrar o que há de bom e o melhor que temos em nós.
O sujeito poético compara o ser e a essência de cada um com um jardim, na medida em que existem flores "risonhas", e outras ervas "pobres." Relativamente ao que os outros vêem, ou seja, nos locais onde o jardim é visível, devemos colocar apenas as flores mais "risonhas", devemos mostrar apenas o que queremos que os outros vejam, representando assim o exterior. Quanto ao interior, o local do jardim que ninguém vê, não devemos por nada, ou seja, devemos deixar as flores que vêm do chão crescer, e as ervas naturais medrar. Por outras palavras, devemos permitir ao nosso interior que cresça e se desenvolva sozinho, mesmo que nasçam algumas ervas daninhas! Todos temos as nossas inseguranças e as nossas imperfeições. Não podemos evitar que estas surjam, mas podemos controlar o que queremos mostrar aos outros, podemos mudar o modo como os outros nos vêem.
Assim, a oposição entre o "interior" e o "exterior" consiste, na minha opinião, numa espécie de "balança do sujeito", uma vez que todos nós precisamos de equilíbrio na nossa vida, e para isso não nos podemos preocupar apenas com um dos "pratos" da balança. Devemos mostrar o que queremos com base não só no que somos, mas também com base no que os outros fizeram de nós.
Diana Carreto
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