domingo, 20 de março de 2011

3º Teste - Resposta à pergunta (1)

 A contradição apresentada nos primeiros dois versos do poema, em que o segundo verso é a total negação do primeiro, pode ser explicada pelo facto de o primeiro verso ser uma expressão da opinião geral exterior ao sujeito poético e uma conclusão retirada das características físicas e históricas do rio Tejo, enquanto que o segundo verso é a expressão da opinião própria do sujeito poético, que se baseia no fundamento de que o rio da aldeia dele é conhecido e ponderado por menos gente, e portanto é mais livre e "maior" e também porque dá menos que pensar. Olhar para o rio da aldeia dele é apenas olhar para o rio da aldeia dele, não são convocados pensamentos nenhuns, para além da realidade imediata.
 Conclui-se portanto que o autor considera o seu rio mais belo que o Tejo, pois não conduz à "dor de pensar", existe apenas sobre a forma pura da sua existência e é mais livre, pois pertence a menos gente. Sendo assim, a contradição inicial no poema, tem como função a exposição destes dois níveis de reflexão sobre os rios e os pensamentos.

João Féria nº14  

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